domingo, 9 de novembro de 2008

INVENTARIO ATIVIDADES 2008

INVENTARIO PARELHEIROS

I SEMANA CONHECENDO CÉUS E TERRAS
-Ano Internacional da Terra-
08-13 de setembro de 2008


OBJETIVOS

Este inventário registra as ações realizadas e avaliação sobre o foco específico deste evento. São atividades não típicas de uma Subprefeitura, mas imprescindíveis para o desenvolvimento sustentável regional. Este evento reuniu professores, estudante, técnicos da prefeitura e servidores.

A Subprefeitura de Parelheiros promove o resgate da Cratera de Colônia um patrimônio histórico, científico e econômico da região. A I Conferência Científica da Cratera em 2006 estabeleceu algumas linhas neste campo. Já a II Conferência Cientifica da Cratera se amplia com um conjunto de atividades ao redor da idéia de “Sistema da Cratera de Colônia” incorporando a noção de economia local e a articulação com a comunidade, escolas e o conjunto da cidade.

O objetivo é motivar o conhecimento dos recursos da economia através da cultura, assim como, despertar vocações na juventude local. Essa linha de articulações está sintonizada com o fato de a implantação do CEU de Parelheiros (Centro de Educação Unificada) virá com um PLANETÁRIO, fato que agregará um significativo valor à região de Parelheiros.

Para concretizar estas atividades, sem recursos previstos e com muito trabalho voluntários tivemos a colaboração de muitos, o que queremos desde já agradecer.

Walter Tesch

O QUE FOI O DESPERTANDO VOCAÇÕES: ATIVIDADE NAS ESCOLAS

No conjunto da programação da I SEMANA CONHECENDO CEUS E TERRAS foi programada uma atividade com o tema: DESPERTANDO VOCAÇÕES. Esta atividade coordenada com as Escolas que atendem alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio. A Escola interessada visitada agendava esta atividade a própria Escola.

Previamente foi realizada um visitas a várias Escolas promovendo o evento,levando o mapa da região e informações. Em algumas destas Escolas se abriu um denate e intercambio com o Subprefeito e em outras o material e convite foi entregue apenas a coordenadores e professores.

As quatro Escolas inscritas receberam especialistas para expor, refletir e debater o espaço e as possibilidades de atividades e profissões ligadas ao sistema econômico da Cratera de Colônia, ao patrimônio ambiental e a biodiversidade, histórico e cultural de Parelheiros.

Foi muito importante a colaboração do Professor de Geografia Siegmar Harry Glowik da Escola Paulino Esposo e os profissionais da servidores da Subprefeitura.: Otavio, Antonio, Lourdes, Sidney, Rebouças, Solange, Valmir, Victor e Francisco. Participaram destas atividades junto às Escolas cerca de 300 pessoas.
ABERTURA E EXPOSIÇÃO GEOARTE O CAMINHO DAS PEDRAS

A Abertura foi feita no saguão da Subprefeitura de Parelheiros onde se apresentou as atividades a serem desenvolvidas durante a semana. Houve a participação e manifestação de alguns professores, diretor e alunos do Paulino Nunes Esposo. Também estiveram presentes Conselheiros de Quadras do loteamento Vargem Grande, representantes de Núcleos ócio Educativos e funcionários da Subprefeitura.

O Museu Geológico de São Paulo – MUGEO vinculado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente foi parceiro ativo montando a exposição “GEOARTE O CAMINHO DAS PEDRAS” com várias atividades dentre elas a que fez mais sucesso: o “túnel das sensações”, que aproveitou o fluxo de jovens e adultos que utilizam a Sala de Leitura e o Telecentro instalado na Subprefeitura. Esta exposição apontava aguçar a curiosidade sobre o patrimônio científico da Cratera e futuras pesquisas.





A II CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA CRATERA DE COLÔNIA

O work Shop abriu com uma amplo Balanço dos Resultados e Avanços desde a I Conferência. No restante, as exposições abordaram básicamente três eixos: 1) Apresentação do significado e importância do Projeto Monumentos Geológicos do Estado de São Paulo e sua relação com as iniciativas da Cratera de Colônia, apresentado por Rogério Rodrigues, abordando. 2) Foi apresentado um trabalho sobre o Perfil Litológico-Estratigráfico de algumas áreas da Cratera em base ao material das perfurações de 3 (três) poços feitos pela SABESB para o fornecimento de água ao bairro Vargem Grande e outras considerações apresentado pelo Geólogo Antonio Bastos Torres Lima e por último uma apresentação sobre o processo de consolidação do Parque Natural Municipal da Cratera de Colônia, por Maria Lucia Bellenzani da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, parque este institucionalizado em 2007 com 53 ha. e fruto de um TCA (termo de compensação ambiental) de FURNAS para compensar a passagem do linha Ibero-Tijuco Alto.


CONHECENDO O CÉU DE PARELHEIROS e CINE-FÓRUM CÉUS E TERRAS

Em três sessões foram abordadas as questões referentes a Astronomia e Meteoritos. A primeira foi animada pelo professor Walmir do Planetário do Ibirapuera, utilizando um software de observação do espaço. Este intercâmbio com a equipe do Planetário do Ibirapuera deixou várias sugestões de importância para potenciar o Planetário de Parelheiros em vários aspectos didáticos e de promoção da economia local.

As duas sessões de cine-forum ao teve a participação significativa, mas propiciou entre os participantes, a oportunidade de intercambio e firmou o conceito de que o tema deve ser levado a exposições e debates diretamente nas Escolas.


CRATERA DE COLÔNIA: HERANÇA GEOLOGICA E PATRIMNIO AMBIENTAL

1-LOCALIZAÇÃO

A Cratera de Colônia esta localizada a cerca de 40 Km da Praça da Sé, na Bacia da Represa Billings, na área da APA Capivari Monos na Subprefeitura de Parelheiros -São Paulo.

2-VALOR CIENTÍFICO: BIOLOGICO

• Comunidade de vegetais endêmicos e/ou exóticos;
• Fauna e flora em perigo de extinção;
• Papel na conservação da biodiversidade;

VALOR GEOLÓGICO

• Análise e dinâmica dos processos erosivos;
• Caracterização paleoformas e paisagens atuais;
• Interpretações paleoambientais com base nos registros sedimentares;

3-IMPORTANCA EDUCACIONAL

• Diversidade abiótica e biótica são propícias a educadores do ensino formal;
• Atividades antrópicas e de degradação ambiental;
• Geologia e planejamento urbano;
• Presença de espaços naturais protegidos;
• Valorização do patrimônio natural;
• Eco sistemas e biodiversidade;
• Métodos empregados nos estudos biológicos e geológicos;

4-RELAVANCIA EM ATIVIDADES LÚDICAS. A Cratera com 3.6 Km de diâmetro
é um local onde o munícipe poderá:


• Apreciar o registro do Impacto devastador de um Meteorito;
• Realizar atividades físicas ao ar livre;
• Comparar a beleza paisagística de vegetais endêmicos e mata atlântica;
• Fauna e flora nas trilhas monitoradas;

5-CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

• A Cratera de Colônia é relevante recurso natural com valor geológico, geomorfológico e paisagístico de destaque e sua conservação é imprescindível para a continuidade dos estudos que relacionam os processos naturais e antrópicos que modificam de forma dinâmica o ambiente.

• A conservação e medida necessária para resguardar o patrimônio natural com elevada potencialidade científicas, educacionais e turísticas.

• Para salvaguardar este cenário é necessário colocar em pauta o equilíbrio entre o crescimento econômico e equidade social, sem menosprezar a diversidade dos elementos naturais presentes na Cratera

NOTA:
Esta ficha é o resumo da abordagem da pesquisa financiada FAPESP com os professores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades -USP e Instituto de Geociências: V. Velásquez, IB Barros, C.Riccomini, Sant´Ana e Hachiro.

Vargem Grande no interior da Cratera de Colonia

quinta-feira, 31 de julho de 2008

I SEMANA CONHECENDO CEUS E TERRA

I SEMANA CONHECENDO CEUS E TERRA
DIAS 8 A 13 DE SETEMBR DE 2008

OBJETIVOS
A Subprefeitura de Parelheiros tem promovido o resgate da Cratera de Colônia como patrimônio histórico, cientifico e econômico da região. A I Conferência Cientifica da Cratera em 2006 estabeleceu algumas linhas neste campo. Agora se realiza a II Conferência dentro de um conjunto de atividades ao redor da idéia de “Sistema da Cratera de Colônia” incorporando a noção de economia local a articulação com a comunidade, as escolas e a sensibilização do conjunto da cidade.
A Semana CONHECENDO CÉUS E TERRAS aponta motivar o conhecimento dos recursos da economia através da cultura, assim como, objetiva despertar vocações na juventude local. Esta linha de articulações de esforços esta sintonizado com o fato de o CEU(Centro de Educação Unificada) em implantação em Parelheiros incorpora nas suas atividades um PLANETARIO.

Ao concluir esta primeira Semana de atividades a expectativa é deixar as bases de uma Comissão Permanente que promova e aprimore anualmente A SEMANA CONHECENDO CÉUS E TERRAS.


1-ABERTURA DA SEMANA CONHECENDO CÉUS E TERRA

a- Abertura oficial da semana b- Exposição: Museu de Geologia [1]
[1] A proposta do Museu é instalar um túnel lúdico de sensibilidade sobre

2- II CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA CRATERA DE COLÔNIA[1]Worshop de Especialistas com assistência do publico: inscrições
[1] A II Conferencia visa apresentar o estado da arte das pesquisas científicas e do campo acadêmico que tenham por objeto a Cratera de Colônia e eventualmente outras experiências em Crateras. O publico pode assistir no final de cada painel pode fazer perguntas por escrito.

3- DESPERTANDO VOCAÇÕES: FEIRA DE PROFISSÕES RELACIONADAS A CRATERA DE COLÔNIA [1]

Programa de Palestras em Escolas sobre profissões ligadas aos sistema Cratera de Colônia e seu potencial na região de Parelheiros


4- CINE-FÓRUM CÉUS E TERRA [1]

Projeção de filmes alusivos a temática com debates

5- PROGRAMA: CONHECENDO O CEU DE PARELHEIROS[1]
4-1-Os Planetários m São Paulo o de Parelheiros
4-2-Conhecendo o CEU através da Internet

6- MAQUETE DA CRATERA DE COLÔNIA
[1]Junto a exposição se pretende ter pronta uma maquete da Cratera como instrumento pedagógico

7- ESTRATÉGIAS DO SISTEMA DE ECONOMIA DA CRATERA (Cluster Cratera de Colônia) -Painel com expositores e perguntas do público

sábado, 5 de julho de 2008

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terça-feira, 1 de julho de 2008

PESQUISA COM MATERIAIS DA CRATERA DE COLÔNIA

CRATERA DE COLÔNIA OS GRÃOS DO TEMPO
Pólens de uma cratera na cidade de São Paulo testemunham as mudanças climáticas e ambientais dos últimos 100 mil anos
Carlos Fioravanti

Além de Parelheiros, um dos bairros mais ao sul da capital paulista, as casas, lojas e depósitos de ferro-velho progressivamente dão lugar a sítios com hortas, pastos, palmeiras, pinheiros e um pouco de Mata Atlântica. É difícil perceber que esse terreno quase plano seja a cratera de Colônia, formada possivelmente pelo impacto de um cometa ou de um meteorito há pelo menos 3 milhões de anos. Seus limites só se tornam evidentes à medida que se abre o olhar para o horizonte e se nota um anel de morros cercando uma área circular de 10 quilômetros quadrados. O centro da cratera é ocupado por um charco coberto por vegetação rasteira no qual nem os bois entram. Os bois evitam, mas os pesquisadores adoram entrar nesse brejo. Também chamado de turfeira, é formado por uma camada que pode atingir 450 metros de espessura, com sedimentos lamacentos e negros que se depositaram lentamente entre as bordas da cratera desde o suposto impacto do corpo celeste. A turfa – matéria orgânica em decomposição cuja cor, ali, varia do preto acinzentado ao preto esverdeado – mistura-se com pedaços de caules, restos de folhas e espinhos, alguns frutos e grãos de pólen.
Esses sedimentos podem conter registros das mudanças climáticas dos últimos 4 milhões de anos na Região Sudeste”, diz o geólogo Cláudio Riccomini, do Instituto de Geociências (IG) da Universidade de São Paulo (USP). Ele visitou a cratera pela primeira vez em 1980 e ainda hoje não hesitaria em, de novo, enfiar-se até a cintura nesse brejo e colher amostras de um tesouro que fascina apenas os cientistas. “Geologicamente”, diz ele, “essa cratera é única, por ainda estar fechada e isolada por suas bordas”.
Situada nos limites da zona urbana, a 50 quilômetros do centro da cidade, a cratera de Colônia é a única da Região Sudeste e uma das seis no Brasil cuja origem ainda precisa ser atestada por estudos mais detalhados. A essas se somam outras cinco que, comprovadamente, resultam do impacto de corpos celestes – na América Latina há 11 e no mundo todo 170 depressões já conhecidas formadas pelo impacto de objetos vindos do espaço. Com um diâmetro de 3,6 quilômetros e bordas com 100 a 125 metros de altura, a cratera de Colônia volta a ganhar importância em razão de um estudo feito com os 130 tipos de grãos de pólen encontrados em uma coluna de sedimentos de 7,8 metros retirados do meio do charco.

OS TENTÁCULOS DA FLORESTA

Nesse trabalho, publicado na revista Quaternary Research, pesquisadores do Brasil e da França, a partir da seqüência, da diversidade e da abundância de pólens, concluíram como a vegetação mudou, de acordo com as alterações climáticas. Ao longo dos últimos 100 mil anos, limite que corresponde à idade aproximada dos sedimentos da base da coluna, a floresta avançou e recuou algumas vezes de modo radical, ganhando ou perdendo espaço como se fosse um polvo abrindo ou encolhendo os tentáculos. Segundo a coordenadora desse trabalho, a paleobotânica francesa Marie-Pierre Ledru, pesquisadora do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, na sigla em francês) e professora visitante do Instituto de Geociências da USP entre 1998 e 2003, nesses 100 mil anos a floresta atlântica expandiu-se oito vezes e retraiu-se duas, em resposta ao clima, ora mais quente e úmido, ora mais frio e seco.
Quando a umidade e a temperatura se mostravam mais favoráveis à reprodução das plantas, em um dos períodos interglaciais recentes, entre 130 mil e 85 mil anos atrás, a floresta apresentou três ciclos de crescimento. As árvores nutriam-se à vontade de luz e de água, formando matas fechadas semelhantes às encontradas no litoral paulista. Mas se seguiu um longo período de clima hostil – o período glacial, que durou 73 mil anos, de 85 mil a 12 mil anos atrás.
A temperatura média caiu pelo menos cinco graus – o bastante para desregular os ciclos reprodutivos das plantas, que muitas vezes morriam sem deixarem descendentes. Pouco a pouco, no lugar da floresta alta e densa brotou uma vegetação campestre, aberta e baixa, com árvores apenas nas margens dos rios. Segundo Marie-Pierre, provavelmente nessa época havia ventos fortes, capazes de derrubar as árvores mais altas ou mais frágeis. A floresta recompunha-se nos momentos de clima mais ameno. De acordo com a análise dos pólens ao longo da coluna de sedimentos, a mata expandiu-se entre 55 mil e 43 mil anos atrás e retraiu-se severamente entre 43 mil e 28 mil anos. Mas voltou a ganhar espaço entre 28 mil e 23 mil para depois encolher, a ponto de outra vez quase desaparecer, entre 23 mil e 12 mil anos. No período interglacial mais recente, que começou há 12 mil anos e segue até hoje, as árvores se viram novamente sob condições climáticas mais amigáveis.
A floresta atlântica se espalhou também em três momentos nesses últimos 12 mil anos, recompondo a mata fechada, densa e rica em espécies. As mudanças no clima e na vegetação registradas na cratera de Colônia coincidem com as verificadas em duas cavernas, uma em São Paulo e outra em Santa Catarina, em que já se fez esse tipo de estudo. Conferem também com os testemunhos de gelo da Groenlândia e da Antártida.

JARDIM DE CONÍFERAS

Cada vez que a floresta encolhia, surgiam novas espécies de árvores, enquanto outras desapareciam. Em um dos momentos de retração da mata, há cerca de 80 mil anos, propagaram-se as árvores do gênero Weinmannia. Um dos representantes atuais desse gênero, a Weinmannia paulliniifolia, uma árvore de até 16 metros também chamada de gramimunha ou gramoinha, com uma casca rica em tanino bastante utilizada para curtir couros, é normalmente encontrada no alto de morros. Ao mesmo tempo, em decorrência das mudanças climáticas, quase acabaram as representantes da família Myrsine, formada por quase mil espécies, geralmente arbustos, hoje encontradas nas regiões tropicais do planeta. Nos tempos mais frios restavam poucos exemplares, contidos em refúgios, provavelmente perto dos rios. “Esses refúgios se expandiram há 15 mil anos por causa das condições climáticas favoráveis”, conta Marie-Pierre.
Segundo Marie-Pierre, nos últimos 12 mil anos, nos arredores da futura metrópole paulista, também cresciam em abundância coníferas como a Araucaria e a Podocarpus. Seus descendentes, como o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) e o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii), formavam populações mais densas nos estados do Sul e em áreas montanhosas da serra da Mantiqueira – atualmente apenas pontuam a capital paulista. “Esse fenômeno de retração das coníferas é muito interessante”, diz Marie-Pierre, “porque não se deve à ação do homem, que chegou muito depois. Pode ser o resultado da história evolutiva das antigas coníferas, que não encontraram mais condições climáticas favoráveis às expansões”. A cratera atrai os pesquisadores também por causa das incertezas sobre sua origem. Após se eliminar outras possibilidades, como erosão ou vulcanismo, em razão das características geológicas do terreno, aceitou-se a idéia de que essa depressão possa ser o resultado do impacto de um corpo celeste. No entanto, “cientificamente só o descarte de outras possibilidades não é suficiente”, comenta o geólogo Álvaro Crósta, professor do Instituto de Geologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que estuda crateras há três décadas
“Esse é um ponto frágil do trabalho científico”, observa o astrônomo Oscar Matsuura, professor aposentado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Anos atrás, o geólogo norte-amerciano Eugene Shoemaker, um dos maiores especialistas em asteróides e cometas, examinou os dados sobre Colônia e comentou aos colegas brasileiros: “Não tenho dúvidas de que se trata de um impacto de um corpo celeste. Mas vocês terão de provar”. Shoemaker morreu num acidente de carro em 1997, de férias na Austrália. Essa hipótese só seria demonstrada se os pesquisadores encontrassem sinais do impacto que pudessem ser aceitos como conclusivos, já que o objeto que veio do espaço se desfez logo após chocar-se com a superfície. Seria preciso colher amostras das rochas que sustentam a camada de sedimentos e ter a sorte de encontrar deformações em minerais como o quartzo ou resquícios de metais do grupo da platina, como o irídio, que só se forma fora da Terra. Foi o irídio detectado em 1980 em rochas com 65 milhões de anos em pontos distantes como a Itália e a China que sugeriu aos geólogos a possível ocorrência de um gigantesco impacto nessa mesma época em algum lugar do planeta. Só em 1991 é que encontraram a cratera de Chicxulub, submersa no golfo do México, com 180 quilômetros de diâmetro. O impacto de um asteróide com cerca de 10 quilômetros de diâmetro deve ter gerado uma densa nuvem de poeira que se espalhou pelo planeta, bloqueou a passagem da luz solar, fez a temperatura cair abruptamente cerca de dez graus e contribuiu para a extinção em massa de muitas formas de vida de então, inclusive os dinossauros.

PUNHAL DE GELO

Riccomini acredita que o impacto sobre Colônia também tenha formado uma nuvem de poeira e gerado uma onda de choque e de calor, ainda que bem menor, mas larga e densa o suficiente para causar a morte dos animais que viviam a um raio de 50 quilômetros. Foi ele que estimou que a colisão possa ter ocorrido em um momento qualquer entre 5 milhões e 3 milhões de anos atrás – e, a seu ver, pode não ter sido causada por um objeto rochoso como um meteorito ou um asteróide, mas por um cometa, que, por ser formado de gelo, não deixaria vestígios. “Seria como um punhal de gelo, que se desfaz depois de um crime”, compara.
Os pesquisadores estão um pouco aflitos, sobretudo porque a região está sendo progressivamente tomada por moradias. Por ali moram cerca de 30 mil pessoas. Teme-se que a ocupação desordenada desfigure as bordas, altere a composição dos sedimentos da turfeira ou dificulte futuras escavações. Os primeiros habitantes chegaram à região no final do século 18, quando o imperador dom Pedro I autorizou a instalação de chácaras por colonos alemães – o nome da cratera vem daí. As chácaras persistiram até duas décadas atrás, quando seus donos começaram a vender as terras, requisitadas para um presídio, inaugurado em 1987, e depois para moradias. Desde 2001 a cratera integra a Área de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos, mas as casas continuam avançando sobre os morros e a vegetação original da cratera.

NATUREZA E CULTURA

Essa região tem uma clara vocação, que poderia ser aproveitada por meio de um parque temático que atendesse a toda a cidade”, diz Matsuura. O parque que ele esboçou explora não só o patrimônio natural – as diversas formas de vegetação – e o antropológico: ali perto há duas aldeias de índios tupi-guaranis. Há exemplos notáveis de como conservar e explorar esses lugares. Nos Estados Unidos, a família Barringer construiu um museu de geologia e astronomia perto de uma cratera de 50 mil anos no deserto do Arizona. Na Alemanha, uma cidade medieval, Ries, cresceu no interior de uma cratera de 25 quilômetros de diâmetro e se mantém com a renda gerada pelo turismo
No Brasil há apenas sinais do desejo de explorar as crateras, como a torre de 30 metros erguida há poucos anos para os visitantes apreciarem o Domo de Vargeão, uma cratera de 12 quilômetros de diâmetro no oeste de Santa Catarina. Em 2005, Crósta esteve mais uma vez no Domo de Araguainha, cratera de 40 quilômetros em Mato Grosso. Participou da inauguração de um marco instalado no centro da cratera, fez palestras em escolas e conversou com os prefeitos e vereadores de Araguainha e Ponte Branca, situadas no interior da cratera. Há quase 20 anos Crósta andou bastante por lá e se lembra de como era difícil explicar aos moradores o que fazia e o que era aquela estrutura circular cortada pelo rio Araguaia. Mas não hesitava em mostrar seus mapas e imagens de satélite. Pouco depois ele conseguiu provar que Araguainha não era uma estrutura vulcânica, como se pensava, mas uma cratera de impacto – a mais antiga e a maior da América do Sul, com 245 milhões de anos.
Revista Pesquisa FAPES - FAPESP - R. Pio XI, 1500 - Alto da Lapa - CEP 05468-901 - São Paulo/SP - BrasilTel.: (+55) 11 3838 4000 Fax. (+55) 11 3645 2421 - Converse com a FAPESP

PESQUISE NO GOOGLE OS ARTIGOS CIENTIFICOS no link abaixo clicando"CRATERA DE COLONIA"
http://scholar.google.com.br

10 K DA CRATERA UMA MARCA QUE SE CONSOLIDA


I e II CORRIDA DA CRATERA DE COLÔNIA
-10 K DA CRATERA-


Na VIRADA ESPORTIVA 2007, dia 22 as 14 horas, em Parelheiros, mais de 100 atletas disputam a I 10 K DA CRATERA que estabeleceu um roteiro passando através da Cratera de Colônia.
A Cratera, situada cerca de 40 Km da Praça da Sé, em Parelheiros é resultado da queda de um corpo celeste a mais de 30 milhões de anos. É tombada pelo patrimônio cientifico e histórico do Município e do Estado. O que poderíamos denominar o “sistema da Cratera” tem cerca de 10 KM2 no interior abriga produtores agrícolas, um presídio e o loteamento irregular de Vargem Grande. Tanto o presidio como o loteamento possuem cronograma de regularização.
O evento esportivo aponta se consolidar no calendário da cidade. É parte de um conjunto de ações iniciadas com a I Conferência Cientifica da Cratera e iniciativas para regularizar a ocupação deste monumento. Estas ações, com ativa participação da comunidade, buscam consolidar o “sistema da cratera de colônia” como um patrimônio cientifico, histórico, cultural e base da economia. Neste contexto temo:

1-Consolidação do Parque Natural da Cratera de mais de 500 mil metros quadrados.
2-A desativação do Presídio da Cratera esta na agenda do governo Estadual como prioridade e em parceria com o Município transformá-lo em centro cientifico educativo e da economia local.
3-Para estimular vocações científicas e valorizar a região a Prefeitura constrói um Centro de Educação Integrada (CEU) com um Planetário.
4-Uma das casas histórica mais antiga da borda da Cratera esta em fase de recuperação para transformá-la em Centro de Referencia e Informações da Cratera.
Para facilitar a locomoção dos moradores ao CEU esta em fase de consolidação uma Ciclovia e já construído um Bicicletário.
Os jovens e empreendedores da antiga Colônia alemã se organizaram e conjuntamente com a comunidade, em 2008 realizam a III COLONIA FEST, colocando-a no Calendários de Eventos da Cidade. Recordando que junto a Colonia esta o mais antigo Cemitério Protestante do país em fase de tombamento pelo patrimônio histórico municipal.
Para fortalecer esta estratégia de resgate regional em outubro de 2007 o Subprefeito de Parelheiros estabeleceu intercambio com o Prefeito Herman Faul de Nordlingen Cratera de Ries na Alemanha, para abrir caminhos de intercambio entre estas Crateras Irmãs.
Em 2008 a II 10 K DA CRATERA se realiza dia 29 de junho como parte da III Colônia Fest. No campo cientifico, ainda em 2008 esta na agenda a realização da I Semana "Conhecendo Ceus e Terra" com o workshop II Conferência Cientifica da Cratera.

Museu Cratera Nordlingen - Alemanha




MUSEU DA CRATERA DE NORDLINGEN


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Fotos da Cratera de Colonia




VARGEM GRANDE: MEMORANDO BASES PARA UM PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO CIDADÃ

Memorando do Subprefeito Walter Tesch - junho de 2006
UM RETRATO DA IRREGULARIDADE LEGITIMADA PELO PODER PÚBLICO

1- ALGUNS EIXOS DESTA SITUAÇÃO


No inicio da gestão de 2005 constatamos uma situação no mínimo peculiar de quanto ao funcionamento da sociedade e do poder público no território sob gestão da Subprefeitura de Parelheiros. O dilema posto para esta e outras gestões é continuar medidas improvisas e paliativas ou buscar uma normatização dentro da razoabilidade do pacto de sociedade. O caso que mais chama a atenção é o da VARGEM GRANDE bairro mais povoado da região e situado ao interior da CRATERA DE COLONIA declarada monumento do patrimônio histórico e cultural do Estado.
Vários aspectos apontam a necessidade do poder público responder a esta realidade concreta e esta resposta não está unicamente no âmbito da Subprefeitura de Parelheiros, mas demanda forte vontade da administração central exigindo decisões ágeis de intersetorialidade. O esforço da gestão de PARELHEIROS de construir de forma compartilhada com a SCSP, SVMA e GABINETE uma agenda de emergência para a região tem se mostrado insuficiente e lenta nos resultados. Chegar a um estatuto de cidadania que valorize efetivamente o bairro, torne viável sua economia em base ao patrimônio exige um efetivo, eficaz trabalho de uma FORÇA TAREFA INTERSETORIAL, inclusive com participação do Estado. Vamos abordar o case Vargem Grande, embora os parâmetros gerais da agenda emergencial continuem válidos.

a) Vargem Grande é fruto de um loteamento irregular e em expansão constante desde 1986, hoje é a maior concentração populacional de região, estimada em 30.000 habitantes.

b) Esta ocupação irregular toma parte da Cratera de Colônia, um monumento tombado pelo patrimônio histórico e inexplorado desde o ponto de vista científico.

c) Nestes 20 anos o próprio poder público contribui para a irregularidade construindo um Presídio no interior da Cratera, as gestões municipais e estadual prometem e executam benfeitorias públicas a revelia das normas, sem atentar para o básico que seria regularizar adequadamente o bairro para que os cidadãos assumam sua efetiva responsabilidade e direitos de cidadãos, causando inclusive efeitos sobre o erário.

d) O estatuto de loteamento irregular cria obstáculos à intervenção regular do poder público, tanto para exigir responsabilidades, como para satisfazer direitos.

e) Toda intervenção passa a ser paliativa e informal e o próprio estado vai legitimando e dando argumento à informalidade criando base para o descrédito das instituições públicas e a própria base de sociedade. Ao longo do implementou: posto de saúde, posto policial, iluminação pública, água (sem esgoto), limpeza pública, escolas municipais e estaduais, linhas de ônibus, pavimentação, autorizou feiras públicas, instalou tele centro, telefone, etc.

f) Rendas imobiliárias informa que Parelheiros contribui com menos de 600 IPTUs predial, centenas de comércios se instalam livremente no bairro, construções são efetivadas sem regras e suporte técnico ou regras do Código de Obras (o interior da cratera é de cerca de 500 metros de sedimentos) e as construções se expandem verticalmente, as transações imobiliárias são feitas sem registro.

g) Todo o território do Bairro paga ITR, a fazenda que deu origem ao bairro foi adquirida pela UNIFAG (União de Favelas do Grajaú) com processo na justiça e no ministério público, mas a fiscalização diz ter visto recibo de comercialização de terrenos pela Associação assinado em 2004.

A gestão pública local restringe sua ação à manutenção do acesso aos equipamentos públicos já existentes e ao viário do transporte coletivo. Contudo, por desinformação da população e de lideranças, recebe cotidianamente demandas para realizar intervenções que são, segundo leis existente, irregulares. Não realizando tais intervenções demandadas é acusada de incompetência.

Ao intervir em alguma construção aberrantemente irregular que ameaçam o tráfego, o cidadão repete a voz corrente, que o poder público não manda ali e continua construindo sem importar com intimações e multas.

Diversos moradores reclamam verbalmente que a associação ACHAVE cobra uma taxa de condômino, como se fosse um condômino.

Além disso, muitos moradores da Vargem Grande que já possuem propriedades ali continuam investindo em mais de um imóvel no mesmo bairro ou ocupando terrenos próximos ao bairro, contribuindo para expandir o uso irregular do solo na região de mananciais.

2- É NECESSÁRIO CLARIFICAR INTERLOCUTORES LOCAIS

Certamente o poder público e os moradores demandam uma regularização. Contudo para uma presença efetiva do poder público no bairro é necessário um efetivo processo de regularização. Para isto se faz necessário responder algumas questões.

1- É a UNIFAG (União de Favelados do Grajaú) que adquiriu inicialmente a fazenda e loteou e distribui os terrenos é o ator representativo como interlocutor ou a associação ACHAVE (Associação Condomínio Habitacional....)?

2- Quem esta comercializando e tem mandado legal sobre os mesmo? É real a constante expansão de construções e ocupações de terrenos na orla do bairro.

3- Quem tem a titularidade dos terrenos ainda não comercializados no interior do bairro e nos arredores que podem se constituir em compensação para a regularização?

4- A associação ACHAVE tem legitimidade para cobrar taxa de moradores como condôminos? Se não tem? Pode ter? Quais os passos necessários?

5- Qual o estado legal de notificações feitas pelo município para a regularização e porque não anda o processo de regularização do bairro?

6- A Lei de Mananciais no nível estadual cria obstáculos à regularização do bairro? Quais são as opções para regularizar a situação dos cidadãos residentes que reclamam e querem funcionar dentro da Lei? É necessário coordenação Estado e Município.[1]

7- Para regularizar é necessária a compensação em território? Quais os passos a seguir e em que estado se encontram? Que dimensão das áreas públicas devem dadas em compensação pelos moradores em caso de regularização? O restante do território disponível da UNIFAG é viável? Quais os procedi8mentos?

8- Para regularização é necessário um projeto de urbanismo? Quem faz? Que requisitos?

9- Pode o município iniciar processo de regularização “ox-officio” no caso de Vargem Grande?

10- Uma opção de regularização é a remoção de ocupações inadequadas em áreas de risco, ocupações de APP(áreas de preservação permanente), para ZEIS 4 (zonas especiais de interesse social). Que passos para que isto se concretize?

11- Considerando as dimensões, o fato de ser patrimônio histórico. É possível uma regularização em “estado de emergência” mediante congelamento do perímetro, declaração de utilidade pública de toda a área e construção de um instrumento jurídico respaldado por um TAC(termo de ajuste de conduta), agregado a um TCA(termo de compensação ambiental) elaborando um pacto local de todos os envolvidos com as respectivas responsabilidades recíprocas?
[1] Que efetividade existe da denominada Lei emergencial?

http://www.habisp.inf.br/ Neste site pode acessar o mp de Vargem Grande e dados gerais

Visão Geral de Vargem Grande


PORQUE A CRATERA É IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE PARELHEIROS

CRATERA DE COLÔNIA: PATRIMÔNIO QUE PODE GERAR TRABALHO E RENDA

Ninguém duvida que a Cratera de Colônia é um patrimônio da cidade, de enorme valor científico e turístico. Com esta perspectiva a Subprefeitura de Parelheiros promoveu, em 7 de outubro de 2006, a I CONFERÊNCIA CIENTÍFICA SOBRE A CRATERA DE COLÔNIA. Foi expressiva a participação e apoio de cientistas estudiosos da USP, UNICAMP, Planetário Municipal, Patrimônio Municipal e Secretaria do Verde. O objetivo foi aproximar estudiosos dos aspectos diversos da Cratera, do poder público local e da comunidade, assim como sistematizar o “estado da arte” dos estudos, sua importância para a cidade e a região e estabelecer um marco de ação conjunta sobre antecedentes, situação atual e futuro deste patrimônio.

Existe um claro entendimento de que as diretrizes para o poder público sobre a Cratera de Colônia estão estabelecidas no tombamento do CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico, e Turístico do Estado de São Paulo, Resolução SC 60 de 20.08.2003 e na Lei 13.706/5 de janeiro de 2003 que estabelece o manejo da APA Capivari Monos, cujo item VI define a Cratera como uma ZEPAC - Zona Especial de Proteção e Recuperação do Patrimônio Ambiental, Paisagístico e Cultural do Astroblema Cratera de Colônia. Sublinhamos que em 2006 a Câmara Municipal aprovou o Parque Natural da Cratera de Colônia, fruto de um Termo de Compensação Ambiental de FURNAS.

Através dos vários expositores e no intercâmbio com mais de 30 participantes foram abordadas as implicações do Sistema Cratera de Colônia, em seus aspectos ligados ao desenvolvimento cientifico nas várias áreas do conhecimento, na dimensão da divulgação científica da sustentabilidade e do potencial econômico e de seu desdobramento sócio-cultural e turístico para a região de mananciais de Parelheiros. As conclusões da I Conferência com base em propostas dos diversos expositores e participantes, permitiu esboçar um conjunto de diretrizes para os diversos aspectos do Sistema Cratera de Colônia. Estas idéias permitem esboçar um “programa estratégico para o desenvolvimento e gestão da Cratera de Colônia”, no curto, médio e longo prazo. Assim se constrói as ases de um pólo regional de desenvolvimento turístico e científico. Para se ter uma idéia do potencial turístico econômico da Cratera, temos o caso da Meteor Crater no Colorado, Estados Unidos, recebe mais de 80 mil visitantes por ano. Certamente as ações de desenvolvimento se articulam com um conjunto de atividades que conformam um projeto de desenvolvimento regional. Nesta Conferência se estabeleceu um consenso entre os participantes sobre a continuidade e compromissos concretos para levar adiante as linhas levantadas de forma a efetivamente resgatar e motorizar este Patrimônio Científico, Histórico e Cultural, trabalhando em rede, beneficio da comunidade e da cidade. Foi estabelecida uma agenda e em breve os membros colocarão no ar um blog que registrará as linhas de trabalho deste grupo de profissionais e órgãos ligados ao Astroblema Cratera de Colônia.

A CRATERA DE COLÔNIA DEVE APRENDER COM NÖRDLINGEN

Depois da I Conferência Científica da Cratera de Colônia a gestão local, buscando colocar este monumento histórico na agenda científica, cultural e econômica da cidade, deu vários passos, mas outros ainda são necessários. Por esta razão, após uma missão técnica de estudos das políticas públicas municipais da Alemanha e com o apóio da Fundação Konrad Adnauer, fiz, dentro deste contexto, uma visita a Nördlingen, pérola urbana medieval, onde está situada a Cratera de Ries. Sobre o significado das Crateras meteoriticas muitos brasileiros, especialmente em Parelheiros, estão entendendo sua importância. Recentemente a própria televisão brasileira (SBT) mostrou um programa especial tratando amplamente o tema, onde mostrou estas duas crateras.

Em Nördlingen, fiz uma visita-aula guiada pelo diretor do Museu da Cratera e do Parque Geológico, Dr. Michael Schieber, que é onde se encontra o acervo das pesquisas e perfurações realizadas na Cratera de Ries. Isto permitiu apreciar como a cidade trata seu acervo histórico e o patrimônio geológico cultural da sua Cratera, fazendo da mesma, além de um conhecimento, o eixo da economia local e da identidade regional. A Cratera de Ries é objeto de contínuos estudos. Muitas teorias foram exploradas sobre sua origem e significado: a vulcânica por Von Cafpers em 1792, a hipóteses dos glaciários, e em 1960 dois cientistas americanos Shomaker & E.C.T. Chao fundamentaram a origem meteoritica de Ries.

Para se ter uma idéia das dimensões envolvidas no “sistema de crateras” é significativa uma aproximação ao investimento anual que os alemães destinam ao funcionamento e manutenção do “Sistema do Museu da Cratera de Ries”. Ali trabalham diretamente sete funcionários e o orçamento é de cerca de 50 milhões de reais ao ano. O Museu cobra entrada e certamente é parte estratégica dos produtos da cidade que tem no turismo uma base econômica. O tema dos meteoritos e crateras de meteoritos constitui um sistema que articula uma rede de cientistas e pesquisadores de diversas universidades no mundo, movimentando uma economia de maior significância. Em Munique acontece uma feira de minerais onde existe uma Bolsa de Meteoritos. A tecnologia de perfurações, métodos de análises e laboratórios especializados administram significativos orçamentos e recursos humanos especializados. Este sistema promove intenso intercâmbio como a exposição no Museu de Ries da pedra da missão da NASA à Lua.. A maior perfuração científica realizada na fronteira Checa, com 10 Km, custou vários milhões de euros. Em Nördlingen a maior perfuração foi de 1.200 metros e todo o material coletado se encontra armazenado e sendo objeto de estudos. Na nossa Cratera de Colônia, dos 500 metros de resíduos depositados em milhões de anos no seu interior, foi feita apenas uma perfuração técnica de 10 metros. Parte dos resultados foram expostos na literatura cientifica pelo professor Ricomini da USP. Este esforço de pesquisa deve colocar a Cratera de Colônia na agenda científica internacional, podendo entrar assim no registro mundial de Crateras meteoríticas.

Para que a Cratera de Colônia se transforme em um sistema articulado a várias atividades cientificas, culturais e econômicas temos que formular um plano estratégico de desenvolvimento que sensibilize a maior quantidade possível de pessoas. As diretrizes da I Conferência já estabeleceram uma linha. Temos como resultado a concretização de um Planetário junto ao Centro de Educação Unificada (CEU) e em breve também teremos um espaço para iniciar um pré-museu. As autoridades de Nördlingen ficaram disponíveis para apoiar esse processo e recepcionar para intercâmbio cultural alguns jovens que poderão contribuir com ações e gestão do futuro da Cratera de Colônia.

Nota: Através do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo foi possível, em novembro de 2007, o contato e recepção da Prefeitura de Nördlingen. Contamos ali com o apôio do Prefeito Herman Faul, do Dr. Michael Schieber e da tradutora Jaqueline Hohmnn, pernambucana radicada em Nördlingen.